28 de fev. de 2012

O Jec pode ser o novo gualicho

Ontem, 27/02/12, foi divulgada pelo jornal Notícias do Dia e pelo blog Teoria dos Jogos, de forma mais detalhada, pesquisa sobre a preferência dos torcedores em Joinville realizada pela Paraná Pequisas.
Tentei pesquisar quem solicitou a pesquisa mas não obtive êxito. Lamentável que o próprio Jec nunca tenha feito algo nesse sentido e nem mesmo pesquisado os torcedores que vão aos jogos.
Foi comentada em jornais e outros blogs, o que é muito bom. Mas, caso essa pesquisa caia nas mãos da diretoria do Joinville Esporte Clube (tomara), seus membros não poderão apenas comentá-la.
Não medindo, não se controla. Sem controle não se gerencia.
Uma pesquisa é uma medição de algo. É uma ferramenta poderosíssima que permite deixar o achismo da subjetividade de lado para se basear em algo concreto.
Não se utilizar destes dados fará com que o clube perca oportunidades e dinheiro pelos próximos dez a vinte anos. É preciso planejar em cima disto.

Conforme podemos ver na tabela acima o Jec tem a maior torcida de Joinville, mas está tecnicamente empatado com o Flamengo/RJ pois a pesquisa tem margem de erro de 4% para mais ou menos.
Acredito que este não seja o dado mais importante desta pergunta da pesquisa, mas sim o mercado disponível para crescimento de torcida na cidade já que mais de um terço da terra dos príncipes não torce para ninguém. Então, deve-se realizar um trabalho de marketing voltado a estes possíveis torcedores consumidores. É aí que esta pesquisa mostra sua valia.
Deixemos de lado o fanatismo e não questionemos a validade da pesquisa. Os números mostram a realidade, e normalmente a realidade não agrada. Por isso a maioria se esconde da realidade, mas se a enfrentarmos e trabalharmos para melhorar esse quadro a nosso favor, seremos um clube muito mais forte!
Quanto deste um terço gosta ou não gosta de futebol? Quanto poderia vir a frequentar os eventos (jogos)?
Estas duas perguntas faltaram, mas houveram outros três pontos: sexo, escolaridade e faixa etária.
A torcida do Jec é muito masculina, 23% contra quase 10% de mulheres. Mais trabalho para o marketing. O que pode ser feito para atrair mais mulheres?
A escolaridade da torcida jequeana é em sua maioria de nível superior e em minoria de ensino fundamental, o que é bom em termos de poder de consumo e em termos de que são pessoas teoricamente bem capacitadas a influenciar na gestão do clube.
No que tange a faixa etária ficamos em terceiro lugar atrás de Flamengo/RJ e Corinthians/SP nos torcedores de 16 a 24 anos de idade. Na torcida de 25 a 44 anos ficamos apenas atrás de Flamengo/RJ. Acima de 45 anos de idade reinamos.
Este é o dado mais importante desta pesquisa na minha opinião. É importante fazermos um bom trabalho nesta faixa etária, pois senão daqui a 10 ou 20 anos nosso futuro pode ser sombrio. O número de sócios pode baixar e hoje nossa maior renda poderá ser a pior. É preciso executar ações rápidas voltadas a este público. E o poço pode ser ainda mais fundo, pois estes torcedores hoje jovens já têm ou começarão a ter filhos em breve e os educarão a torcer para outros times que não o nosso glorioso tricolor. Estamos a perigo de diminuir nossa torcida no futuro e até nos tornarmos um novo gualicho com uma torcida basicamente de idosos.




É fato que esta torcida entre 16 e 24 anos é muito suscetível a estímulos externos e muda de opinião constantemente até realmente criar uma personalidade própria. São pessoas muito influenciadas por modismos e é aí onde penso que se deva trabalhar. O Jec precisa virar moda.
Na série C de 2011 o Jec virou moda mas não se soube como explorar e prolongar este momento. É preciso ter um time vencedor para ser modinha, mas ao mesmo tempo trabalhar forte no marketing para atrair e - mais importante - fidelizar estes novos consumidores torcedores.